segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Biologia dos relacionamentos for dummies - parte II

No outro post eu tinha começado a falar da menina HIV, mas achei que ia ficar muito grande desenvolver essa analogia por lá e resolvi fazer uma segunda parte aqui para vocês amgs que estão com muita saudade de ouvir palavras como ~transcriptase reversa~ nas suas férias monótonas (sei que estão monótonas, porque não é possível que só eu esteja inválida na minha cama por semanas e o resto do mundo inteiro esteja numa rave para a qual eu não fui convidada).
Bom, então vamos lá. Existem tanto homens quanto mulheres do tipo HIV, mas como no post passado falei do homem-macrófago, esse aqui vou limitar a história para a menina-HIV.
Como todos sabe, o HIV é um retrovírus, daqueles que tem RNA e dai quando entra na célula chega uma enzima bem louca e transforma esse RNA em DNA pra depois transformar em RNA de novo (enzima meio burra essa também né). Como ele é um retrovírus a menina HIV se veste com umas roupas dos anos 70 né, cabelão, óculos escuros, calças santropeito e uns 100g de maconha no bolso (pior piada de todos os tempos ou pior piada de todos os tempos?).
Não, ok, a menina HIV é mais como se fosse aquela menina que é bonita, sabe que é bonita, mas finge ter baixa auto-estima para os outros dizerem o quanto ela é bonita o tempo todo. Você pode achar que esse é todo o tipo de mulher, mas na verdade não é. A menina precisa ser bonita e se achar bonita para ser uma HIV. Não adianta ser feia e se achar bonita e fingir que se acha feia, e também não adianta ser bonita e se achar feia de verdade. Auto-confiança, beleza e falsidade são as palavras-chave de uma verdadeira HIV.
Enfim, a menina HIV é aquela que primeiro destrói o macrófago. Como eu já expliquei no outro post, o homem-macrófago é normalmente o que destrói corações, mas no caso da menina HIV ele simplesmente não consegue. Ela é muito esperta e se camufla de menina complexada, faz o macrófago se apaixonar e daí tapa na cara do macrófago, quando ele percebe já ocorreu um pane no seu sistema e ele está se perguntando quem o desconfigurou ---> Pitty sabe descrever a lise celular como ninguém.
A menina HIV tem sérias tendências sociopatas, e, se você já viu o seriado Dexter, sabe que todo bom sociopata sabe bem como se camuflar para viver em sociedade. Ela destrói o coração dos macrófagos e depois segue rumo ao seu alvo principal: os linfócitos TCD4+.
Olha, dá até pena falar dos linfócitos TCD4+ nesse contexto porque eles são muito gente boa, não mereciam cair nas garras da menina HIV. Eles são aquele tipo de cara que você se apaixona logo de cara. Se nós vivêssemos num filme em preto e branco ele seria o tipo de homem que tira a blusa e coloca por cima de uma poça de lama pra você passar por cima e não se sujar. E, exatamente por esse seu espírito bom samaritano de querer ajudar e defender tudo e todos que a menina HIV vai direto nele. Por mim ela podia se limitar a partir o coração somente dos macrófagos, porque às vezes eles bem que merecem, ou até mesmo dos linfócitos TCD8+ que são uns encostados nos TCD4+ e nunca fazem nada original. Mas tudo bem, é difícil mesmo entender como funciona a mente de um psicopata.
Então, a menina HIV vai lá com sua conversa mole, se fazendo de vulnerável e o linfócito TCD4+ quer logo ver o que está acontecendo. Ele normalmente tentaria defender o corpo de uma célula tão esquisita, cheia de glicoproteínas por todos os lados, mas ele deve pensar que ela parece tão vulnerável que não pode fazer mal à ninguém né? Daí pronto, quando ele vai olhar tem música da Pitty lá tocando no rádio de novo.
A partir dai tudo acontece muito rápido, depois que a menina HIV conquistou o coração dos linfócitos TCD4+, e eles estão completamente impotentes diante de seus encantos, é aí que começa a AIDS.
A AIDS é como se fosse a quebra do sistema, é como se a menina HIV tivesse sido eleita prom queen por unanimidade de todos os linfócitos presentes e depois, visse o balde de sangue de porco em cima da sua cabeça (porque os linfócitos perceberam que tinha alguma coisa errada com aquela menina e queriam sacanear ela) e resolvesse começar a matar todo mundo.
Daí pronto, matou todo mundo não tem nem mais o que dizer né?
AIDS é como um filme do Tarantino que não precisa de história, só de sangue e carnificina e daí também não precisa de final porque o filme precisa terminar por falta de atores né. Aliás, nessa parte que começa a rolar os créditos que Cazuza, Renato Russo & cia viraram ídolos nacionais.
Então, rapazes, cuidado com as meninas HIV, porque assim, apesar de todos os antiretrovirais que podem impedir o episódio da festa de formatura, uma hora essa menina pode ficar louca e aí você não vai querer estar por perto. Ainda mais que agora as chances de você virar um ídolo nacional são bem maiores se você fizer um vídeo babaca na internet e se vestir com umas roupas coloridas escrotas do que se você morrer de AIDS. Saudades desses tempos de outrora, né?

7 comentários:

  1. muito gente boa é vc,linfócita!

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  2. e qual tipo de menina é vc sua linda~

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  3. hahahahahahhaa ótima história envolvendo hiv e explicando biologia celular! =) fantástica.

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  4. Cara se vc estudar um pouco mais vai escrever excelentes histórias, mas procure mudar o enfoque de seus textos, as boas histórias são aquelas com um final feliz, a vida real já é mto punk!

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  5. AIDS, com se fosse um doce de leite. pense nesse absurdo de situação. ISSO É MUITO SÉRIO e vc não vê ????? Grave , muito grave a HIV para ser falada da forma que vc fala... Parece coisa de pessoa desinformada. Crítica é crítica e como sua leitora, tenho o direito e o dever de expor meu pensamento , que é o de qualquer ser NORMAL e temente a Deus, Cuide de vc para viver feliz.....

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  6. Eu te amo!
    Sério mesmo s2

    Meeeeu, como eu queria ter a sua criatidade!

    Parabéns!!

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