segunda-feira, 22 de março de 2010

Esqueci de lavar a franja ontem e hoje acordei assim...

Sabe aqueles dias em que você acorda com um quê de dramaturgia circulando no sangue? Aqueles dias em que tudo o que você pensa parece fazer parte de uma grande peça melodramática que ninguém pagaria mais de cinco reais pra assistir? Então, gostaria de saber: porque algumas vezes esses dias se apresentam mesmo sem motivo algum?
Hoje, por exemplo! O que possivelmente poderia me fazer querer ouvir a música lonely day do Phantom planet às oito da manhã em loop infinito até chegar ao meu destino senão esse inexplicável e involuntário impulso teatral que me acomete de tempos em tempos? (essa é uma daquelas músicas que só se ouve quando se está bem deprê, ou quando você tem quinze anos e acha legal cortar a própria franja e cantar simple plan no banho, só pra constar)
Eu gosto muito de curtir minha tristeza quando essa tem algum fundamento! Acho lindo aquela coisa de ficar se entupindo de sorvete e vendo filme triste só pra ter alguma coisa além do próprio desequilíbrio interno pela qual chorar! Quer dizer, talvez lindo não seja a palavra certa, mas acho muito necessário passar aqueles tantos fins de semana enrolada nas cobertas (com o ar-condicionado ligado, porque moro no rio de janeiro!) assistindo o último episódio de friends e chorando porque fulaninho não ligou! Acho digníssimo e sei, por mais que as pessoas relutem em admitir, que não sou a única adepta desse tipo de ritual (levemente masoquista, me permitam acrescentar)!
Agora, o que eu não entendo é o porque de todos nós precisarmos desse toque de melodrama no nosso cotidiano mesmo quando nada justifica esse desejo! Está certo que, para mim, no momento, não faltariam motivos para querer escrever um roteiro de cinema com toda a trama emocionalmente comprometedora que está me envolvendo, porém não é o caso.
Normalmente, quando você tem aquele motivo específico, você já acorda pensando nele e vai dormir com os fones de ouvindo (ainda pensando nele, só que com trilha sonora), o que me perturba é não saber o porque de tanta vontade de comer sorvete e assistir o programa da Márcia Goldschmidt à tarde pra ver que existem pessoas mais na merda que eu, seja lá o que isso signifique...
Enfim, só queria compartilhar minha filosfia de janela de ônibus aqui (na verdade de janela de van, porque eu não pego ônibus pra ir pra faculdade e, se pegasse, provavelmente não iria ouvindo iPod..) porque não aguento muito essa coisa de não ter onde enfiar esses pensamentos sem respostas que todos os dias me impedem de dormir antes das 10 da noite (que seria o ideal para viver feliz para sempre sem olheiras!) e, como já disse, I'M IN THE MOOD FOR DRAMA, então caguei se você está assistindo two and a half men e rindo horrores junto com sua família de comercial de margarina no sofá da sala e não quer saber de uma garota na tpm que fica inventando desculpas pra não estudar! Amanhã já será dia pós-drama e acordarei escutando Streetcorner Symphony do Rob Thomas até não aguentar mais! Rob Thomas é sempre a escolha certa pra essas horas, fica a dica! (assistir o filme da Amélie Poulain também é uma opção pra quem é desocupado e pode se dar ao luxo de ver um filme em plena terça-feira - que não é o meu caso - ou que prefere estímulos positivos visuais em vez de apenas auditivos!)

quinta-feira, 18 de março de 2010

"Once you kill a cow, you gotta make a burger!"

Quando eu era pequena, tipo assim com uns 11 ou 12 anos eu dizia com a maior convicção que ia ser advogada! Pra todo mundo que me perguntava eu falava que ia entrar pra melhor das faculdades de direito, ia fazer a tal prova da OAB que eu mal sabia o que era "e aí, quem sabe, talvez eu faça um concurso público pra virar uma juíza rica e famosa ou talvez faça aquela prova da rio branco (que eu também não fazia a menor idéia do que se tratava) e vire diplomata né?" eu dizia, naquele tom bem blasé de quem sabe do que está falando. Quem visse de fora até acreditava que eu era uma daquelas pessoas super bem resolvidas e determinadas que segue os sonhos de infância e depois tem um bom exemplo de equilíbrio e sabedoria pra dar aos filhos. Mas que ilusão a dessas pessoas...
Bem, logo depois dessa fase eu comecei meu primeiro curso de teatro, na escola, uma coisa bem básica e sem compromisso, mas que foi o suficiente pra fazer com que eu me apaixonasse perdidamente por essa arte! Pronto, a partir de então as terças e quintas, que eram os dias do curso, se tornaram meus dias da semana preferidos e eu decidi que ia fazer uma faculdade de artes cênicas porque era aquilo que eu queria fazer pro resto da minha vida.
Esse sonho perpetuou até eu compartilhá-lo com minha mãe, que deve ter ficado horrorizada com a idéia de ver sua única filha perdida no mundo instável do teatro, sobrevivendo apenas com o dinheiro que iria ganhar fazendo peças infantis cujo papel só conseguiria depois de passar pelo famoso teste do sofá, e rapidamente arrumou um jeito de me tirar do curso de teatro, e eu, como uma pobre criança indefesa, não pude fazer nada para lutar contra as forças maiores que queriam que eu me concentrasse na matemática (sempre uma perturbação) e deixei aquele sonho desaparecer...
Comecei, então, a crescer e perceber que as pessoas escolhiam suas profissões baseadas nas coisas em que se destacavam. Certo, e eu era boa em quê? Eu até jogava vôlei direitinho, mas não tinha disciplina o suficiente pra sequer cogitar a possibilidade de sonhar em fazer isso da minha vida! Eu falava bem inglês, podia fazer alguma coisa fora do país, mas e daí? A questão não era aonde, mas sim O QUE eu ia fazer! Eu não era boa em mais nada, eu nunca repeti de ano, nem fiquei de recuperação na minha vida escolar, o que não fazia de mim uma aluna exatamente ruim, mas também não havia ninguém querendo me dar estrelas de ouro ou menções honrosas pra eu emoldurar e pendurar na parede do meu quarto! O que então eu poderia fazer sem me tornar um total e completo desastre ambulante?
De repente, como num lampejo de sabedoria eu lembrei: "poxa, eu gosto muito de ler e escrever, eu podia fazer alguma coisa que tivesse a ver com isso...(CLIC)"
E foi então que eu voltei a falar pras pessoas que iria fazer direito enquanto, secretamente, bolava planos mirabolantes para fazer jornalismo, algo que eu sabia que iria ser largamente menosprezado na minha família (e quando eu falo família, digo minha mãe) megalomaníaca e, portanto, guardava pra mim com medo de alguém estragar meus valiosos planos. Porque, obviamente, a coisa não se limitava a simplesmente trabalhar em um jornal e escrever colunas espirituosas! Eu queria era ser algo tipo Carrie Bradshaw em sex and the city, escrever vários livros e morar em new york, como numa música do Frank Sinatra!
Enfim, de repente, e não mais que de repente, eu me vejo prestando vestibular pra medicina com uma determinação que nem eu sabia que tinha! oi? alguém me fala como esse flash forward aconteceu? pulei um pedaço da história?
Não.. um dia simplesmente acordei e falei! "cara, o que eu tô fazendo? eu quero fazer essas coisas que eles fazem em House e Grey's anatomy (sempre vivi bem na realidade né?)! É isso que eu tenho que fazer da minha vida!" e pronto, foi o suficiente! nada mais me tirava da cabeça que eu ia sair por aí um dia andando com meu jaleco branco e estetoscópio pendurado no pescoço, abrindo a barriga das pessoas e recebendo goiabada caseira como gratidão por ter salvo a vida de alguém!
Vocês vão achar que esse foi mais um passo fail da minha mente adolescente e confusa, certo? bom, pode até ter sido, não posso dizer ao certo porque minha história está longe de acabar, mas agora eu estou aqui, no terceiro período da faculdade de medicina, sem conseguir enxergar como algum dia eu posso ter pensado em fazer qualquer outra coisa! Eu (finalmente!) me encontrei! (segurem as lágrimas)
Alguns vêm e me perguntam se não me arrependo de não ter continuado no teatro, se não teria sido mais feliz fazendo isso.. porque sim, eu continuo sendo apaixonada por teatro! Logo antes de entrar na faculdade voltei pro curso e toda aquela paixão voltou com a mesma intensidade! mas vi essa paixão de uma forma diferente ante a perspectiva de ser médica.. vi o teatro como um hobby -como eu precisava conhecer essa palavra- e isso me satisfez!
É que as pessoas têm uma idéia de que quem faz medicina não tem vida além dos livros. Mas isso está tão aquém da verdade que nem me dou ao trabalho de discutir come essas pessoas! Eu continuo saindo nos fins de semana, vendo meus amigos antigos de escola, lendo meus livros que nada tem a ver com medicina, escrevendo minhas histórias malucas (óbvio que nessa onda de querer fazer tudo fui obrigada a começar a fazer terapia também, mas isso não vem ao caso)..
Enfim, agora então, que a cada dia mais eu fico mais segura da escolha que eu fiz, penso ainda em fazer mais coisas.. minhas metas para 2010 são (além de estudar, que infelizmente é, sim, necessário): aprender a falar francês, começar um curso de fotografia, tirar minha carteira de motorista, fazer valer o dinheiro que eu pago na academia, e por aí vai... pode parecer utopia da minha parte, mas eu não me importo nem um pouco de sonhar minha vida afora.. not AT ALL!
Queria que as pessoas aprendessem a levar a vida um pouco menos a sério e se permitissem fazer as coisas que têm vontade! Eu me permito mudar de idéia o tempo todo! Talvez isso que eu contei possa até provar que decisão definitivamente não é uma palavra no meu vocabulário, mas isso não é nem um terço da missa!
Então vamos ser um pouco mais leves galere! Vamos deixar essa coisa pesada e carregada que vem com a palavra "obrigação" um pouco de lado e nos dedicar às coisas que gostamos de fazer, mesmo que seja apenas ficar em casa comendo sorvete e assistindo todas as temporadas de friends pela milésima vez ou fazer aquele hobby que você não consegue viver sem, ou uma festa que você esperou o ano inteiro e cai bem na véspera da sua prova mais difícil, ou mesmo a carreira que escolheu pro resto da vida! O mundo vai acabar gente, 2012 ta aí (não, eu não acredito nisso) mas ia ser bom pra algumas pessoas acreditarem! Que todos acreditem que só têm mais dois anos pra fazer as coisas e aí talvez parem de me criticar por querer dormir no fim de semana... sei lá, achei que eu tinha uma moral pra escrever aqui no fim, mas me desconcentrei vendo essa novela das nove que não podia ser pior e perdi o fio do raciocínio.. volte ao título do post e reflita! tente enxergar a relação com isso que eu escrevi aqui..

sexta-feira, 12 de março de 2010

I'm definetly not 8 anymore!

Todo mundo que já foi criança um dia, já viveu aquela cena clássica em que, depois de uma briga épica (ou não tão épica assim) com os pais, resolve que vai sair de casa. Arruma uma trouxinha com as coisas mais desnecessárias que um ser humano pode imaginar, quebra o cofrinho, coloca as economias no bolso e acha que vai conseguir sobreviver na rua o que? uns dois ou três dias, pelo menos até que alguma boa alma venha em seu resgate e o dê aquela coisa toda de cama, comida e roupa lavada que de antemão, mesmo com um mini cérebro, já sabe que vai sentir falta! Mas, assim que a malinha está feita e seu pai ou sua mãe gentilmente abrem a porta pra você sair, todo um turbilhão de arrependimento envolve aquele pequeno indivíduo indefeso e ele resolve que não vale a pena aquela cena toda! afinal, onde mais vai encontrar pessoas que ele gosta tanto além de, claro, cama, comida e roupa lavada?
Alguns, mais teimosos, ainda dão aquela voltinha típica pelo quarteirão, que parece durar eternidades, até perceber a merda que está fazendo e voltar pra casa como o cão arrependido, com o rabo entre as pernas, penando sob o ar de gozação dos próprios pais que, provavelmente já fizeram aquele mesmo teatro todo!
É, é tudo muito bonitinho quando a gente é criança! são ótimas as histórias que ficam pra contar de todo esse pseudo-drama da infância! Mas agora já não sei se continua sendo muito bonitinho depois que a gente cresce e não tem mais o pseudo pra fazer do drama uma palavra composta (sei lá se mesmo com pseudo vai ser uma palavra composta ou não, mas eu to no meio de um drama aqui, então preciso de frases de efeito)
Não sei nem como começar a explicar a história de como cheguei nesse exato momento! Eu, em um táxi, com uma mala pequena demais e pobre em roupas, sem saber pra onde ir. Roupas que foram as primeiras que encontrei pelo caminho e joguei de qualquer jeito dentro da mala, sem me importar com o tempo que vai fazer amanhã ou se ficariam muito amassadas caso eu de fato precise usá-las! Claro que eu lembrei de pegar todos os meus esmaltes, óculos escuros, ipod e laptop, coisas indispensáveis para qualquer pessoa que está fugindo de casa, óbvio! Aparentemente nosso julgamente de valor para as coisas que são necessárias não mudam muito com o passar dos anos, afinal de contas, ou talvez seja apenas eu!
Ah sim, só que dessa vez eu não dei uma volta no quarteirão e voltei chorando. Nem sei ao menos se chorei.. eu estava suando tanto pra fazer a mala rápido que acho que não sobrou água pra formar lágrimas (talvez daqui a pouco, quem sabe...). Dessa vez eu deixei bilhete de despedida, ou talvez uma pseudo-despedida (sou ou não sou teatral ao cubo?) e entrei num táxi! Táxi define.
Eu acho que realmente nasci pra viver em um seriado de tv hollywoodiano, ou então pra ter um filme do Woody Allen inspirado em mim, com Scarlett Johanson me representando. Ok, vocês vão ler isso e me dizer "save your drama for your mama!", certo? é o que eu faria se lesse isso vindo de outra pessoa também! mas infelizmente minha mama é a fonte do drama, então né, eu tenho sorte de ser inútil o suficiente pra lembrar de trazer meu laptop dentro da mala e destilar todo meu drama aqui, com a única coisa que eu posso fazer além de ouvir "all by myself" em loop infinito no iPod que eu sabiamente também trouxe, que é escrever! desculpa aê se é chato de mais, a vida é chata assim mesmo!
p.s.: só pra mostrar que eu sou uma pessoa madura e comprometida eu também trouxe um livro de imunologia e um de farmacologia pra estudar!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Bom dia NU

Eu vim aqui hoje pra falar de uma coisa que eu sei que existe (tenho quase certeza que existe! só não digo certeza total porque quem sou eu né..) mas que ninguém comenta. Quer dizer, as pessoas até brincam sobre isso e tal, mas ninguém para no meio de uma conversa e fala sério: "ah é! eu também só ando pelado em casa!" NINGUÉM! pode sair por aí tentando iniciar esse tipo de conversa que você não vai conseguir! to avisando! Ou, se conseguir, vai ser num estilo com um pessoal falando "ai, que esquisito! sério que você faz isso?" e aí você vai acabar desistindo de tratar o assunto com naturalidade e vai falar algo do tipo: "é, não.. realmente! fiz isso uma vez só, só pra ver como era! só por causa daquele episódio de friends e tal.."
Pra quem não sabe, tem um episódio de friends em que a Phoebe (que mora sozinha) fala que só anda pelada dentro de casa (e por isso demora pra abrir a porta) e aí a Rachel, num dia que tem o apartamento só pra si, resolve ver qual é a da parada e fica pelada também! é um dos meus preferidos! Falando assim nem tem graça, mas todos os episódios de friends são inevitavelmente engraçados! e se você nunca assistiu friends, peço desculpa, mas eu provavelmente não terei muito o que conversar com você! (FRIENDS IS LIFE)
Perdi o foco. Ah é! Tava falando de como é divertido ficar pelada em casa sozinha! Ah, sim! Detalhe para o sozinha! Andar pelada sozinha é uma coisa, andar pelada com platéia é outra completamente diferente! Porque outro dia minha psicóloga me perguntou se eu andava pelada na frente dos meus pais e tal e eu achei aquilo esquisitíssimo! mas eu precisaria de todo um novo post pra falar das neuras que essa psicóloga já colocou na minha cabeça! (qualquer dia eu conto)
Mas sei lá né, talvez isso também só seja esquisito agora, porque vai que um dia eu encontro alguém que goste de andar pelado junto comigo e aí fique tudo certo, sem aquela coisa de vergonha e tal, e obviamente fingindo que isso não acontece quando o assunto vêm à tona, né? vai que tem até um monte de gente que quer comentar sobre a peladisse grupal que rola em suas respectivas casas e também não tem um público receptivo (eu admito que não sou um público receptivo nesse assunto também não!)
Enfim, nem sei se eu tinha um objetivo quando comecei a falar disso! Acho que foi só por causa dos pedreiros tarados que ficam olhando pela minha janela enquanto eu me reservo o direito de andar sem roupas pela minha casa (mas calma que eu já fechei as cortinas porque não sou piriguetch não genty) e pra ver se a galere fica menos chata na hora de conversar sobre certos assuntos e admite logo que anda pelado MESMO e que ninguém tem nada a ver com isso né não? um dia todo mundo vai conversar sobre qualquer besteira na rua sem repressão e vamos ser todos felizes para sempre! vocês vão ver só!