sexta-feira, 12 de março de 2010

I'm definetly not 8 anymore!

Todo mundo que já foi criança um dia, já viveu aquela cena clássica em que, depois de uma briga épica (ou não tão épica assim) com os pais, resolve que vai sair de casa. Arruma uma trouxinha com as coisas mais desnecessárias que um ser humano pode imaginar, quebra o cofrinho, coloca as economias no bolso e acha que vai conseguir sobreviver na rua o que? uns dois ou três dias, pelo menos até que alguma boa alma venha em seu resgate e o dê aquela coisa toda de cama, comida e roupa lavada que de antemão, mesmo com um mini cérebro, já sabe que vai sentir falta! Mas, assim que a malinha está feita e seu pai ou sua mãe gentilmente abrem a porta pra você sair, todo um turbilhão de arrependimento envolve aquele pequeno indivíduo indefeso e ele resolve que não vale a pena aquela cena toda! afinal, onde mais vai encontrar pessoas que ele gosta tanto além de, claro, cama, comida e roupa lavada?
Alguns, mais teimosos, ainda dão aquela voltinha típica pelo quarteirão, que parece durar eternidades, até perceber a merda que está fazendo e voltar pra casa como o cão arrependido, com o rabo entre as pernas, penando sob o ar de gozação dos próprios pais que, provavelmente já fizeram aquele mesmo teatro todo!
É, é tudo muito bonitinho quando a gente é criança! são ótimas as histórias que ficam pra contar de todo esse pseudo-drama da infância! Mas agora já não sei se continua sendo muito bonitinho depois que a gente cresce e não tem mais o pseudo pra fazer do drama uma palavra composta (sei lá se mesmo com pseudo vai ser uma palavra composta ou não, mas eu to no meio de um drama aqui, então preciso de frases de efeito)
Não sei nem como começar a explicar a história de como cheguei nesse exato momento! Eu, em um táxi, com uma mala pequena demais e pobre em roupas, sem saber pra onde ir. Roupas que foram as primeiras que encontrei pelo caminho e joguei de qualquer jeito dentro da mala, sem me importar com o tempo que vai fazer amanhã ou se ficariam muito amassadas caso eu de fato precise usá-las! Claro que eu lembrei de pegar todos os meus esmaltes, óculos escuros, ipod e laptop, coisas indispensáveis para qualquer pessoa que está fugindo de casa, óbvio! Aparentemente nosso julgamente de valor para as coisas que são necessárias não mudam muito com o passar dos anos, afinal de contas, ou talvez seja apenas eu!
Ah sim, só que dessa vez eu não dei uma volta no quarteirão e voltei chorando. Nem sei ao menos se chorei.. eu estava suando tanto pra fazer a mala rápido que acho que não sobrou água pra formar lágrimas (talvez daqui a pouco, quem sabe...). Dessa vez eu deixei bilhete de despedida, ou talvez uma pseudo-despedida (sou ou não sou teatral ao cubo?) e entrei num táxi! Táxi define.
Eu acho que realmente nasci pra viver em um seriado de tv hollywoodiano, ou então pra ter um filme do Woody Allen inspirado em mim, com Scarlett Johanson me representando. Ok, vocês vão ler isso e me dizer "save your drama for your mama!", certo? é o que eu faria se lesse isso vindo de outra pessoa também! mas infelizmente minha mama é a fonte do drama, então né, eu tenho sorte de ser inútil o suficiente pra lembrar de trazer meu laptop dentro da mala e destilar todo meu drama aqui, com a única coisa que eu posso fazer além de ouvir "all by myself" em loop infinito no iPod que eu sabiamente também trouxe, que é escrever! desculpa aê se é chato de mais, a vida é chata assim mesmo!
p.s.: só pra mostrar que eu sou uma pessoa madura e comprometida eu também trouxe um livro de imunologia e um de farmacologia pra estudar!

Um comentário:

  1. "Eu acho que realmente nasci pra viver em um seriado de tv hollywoodiano, ou então pra ter um filme do Woody Allen inspirado em mim, com Scarlett Johanson me representando." eu também!

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