terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Pé preto

Parei de comer pringles por alguns instantes para admirar meus pés. Meus pés pretos, eu quis dizer. Não sei se isso serve exatamente como conteúdo para escrever alguma coisa, mas ele estão tão pretos, mas tão pretos que eu me senti obrigada a falar alguma coisa e, como estou sozinha em casa, não tem ninguém aqui para quem eu possa virar e dizer: "nossa! olha a cor do meu pé! toca nele! eca, não era pra tocar de verdade!" ou alguma coisa do tipo como normalmente faço quando me deparo com coisas nojentas desse tipo.
Não que eu realmente acho que meu pé está nojento (nojento é uma palavra muito forte, só a uso em ocasiões muito especiais), mas a verdade é que ninguém acha nada que vem de si próprio nojento!
Se você parar pra pensar, ninguém vê problema nenhum em soltar um punzinho quando ninguém está por perto. A pessoa fica lá, parada, tranquila, no meio da fumaça verde tóxica que, certamente, se formaria em volta dela se ela vivesse em um desenho animado, e não se incomoda AT ALL com aquilo, nem que o odor se compare ao de um milhão de esgotos, pois, afinal, é seu, e tudo o que é seu, é bom (ou não, mas isso já é outra discussão...)
Agora, experimenta soltar esse mesmo punzinho inocente dentro de um elevador cheio de outras pessoas soltadoras de punzinhos inocentes na privacidade de suas solidões particulares, SÓ EXPERIMENTA pra ver se você não vai ser a pessoa mais hostilizada na face da terra!
Com isso eu não estou querendo dizer que já cometi tal desacato ao nariz alheio, mas falo porque já lancei olhares malignos para suspeitos de impregnar o ar que eu respiro. olhares de repressão, de ódio até.
Só que agora, olhando meu singelo pé preto, tão alheio aos olhares maliciosos do universo, não consigo entender o porque de toda essa aversão ao que vem do outro. Porque as pessoas não podem conviver pacificamente com os puns e pés pretos uns dos outros sem que isso se torne um motivo para caretas e términos de namoro? (porque não?) Acho que esse é mais um dos mistérios da humanidade mesmo! e quem sou eu para saber alguma coisa? eu to com o pé preto, pelo amor de deus.

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