sábado, 28 de novembro de 2015

O gosto da cura

O seu corpo é gelado somente ali nas beiradas, nas esquinas e dobras de cada dedo, exatamente onde eu pretendo começar meu incêndio, alastrando fogo por toda a parte, aquecendo suas orelhas, chamuscando suas incertezas, te derretendo feito manteiga.
A sua pele dissolve em água fria, como papel ou pastilha efervescente, que você joga em um copo meio cheio - ou meio vazio -, e espera que te cure das dores reais e inventadas ou que faça passar mais rápido os domingos e o meio-dia, que nunca chega quando se quer almoçar.
Eu te quero queimando e efervescendo sem saber o que te acontece. Vou te ensinar a dormir no silêncio e no escuro e te mostrar como se faz para conversar sem usar palavras; vou te esquentar com as mãos e te desmanchar beijo a beijo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Acesso

quero espetar essa veia
azul e cheia
que você carrega
no braço e
tirar seu sangue
até ter espaço
em você
para mim